Há muitos séculos o limão faz parte da
sabedoria médica e popular.
Veja o que conta uma lenda do norte da Índia.
Pouco antes de formar-se, um jovem e brilhante
estudante de medicina foi procurado por um médico
idoso que vivia numa aldeia distante. Ele disse ao jovem
que desejava aposentar-se e precisava de um assistente
para ajudá-lo no momento, mas que também iria treiná-lo
para, mais tarde, assumir a sua movimentada clínica.
O jovem ficou encantado com a oferta e
aceitou de pronto, prometendo ir ao seu encontro
assim que tivesse o seu diploma em mãos.
Formado, juntou seus escassos pertences sobre
uma carroça puxada a búfalo e iniciou sua jornada
para uma nova vida.
Enquanto o animal arrastava-se com lentidão pela
estradinha rural, o jovem médico fantasiava sobre
o futuro que o aguardava: uma clínica estabelecida,
bons rendimentos, uma família, um lar, reputação
e sucesso; um futuro radiante.
Então, ele viu, com o canto dos olhos, uma imagem
que o arrancou de seus devaneios:
uma mancha verde-claro. Acaso seria...? Sim era!
Não pode ser! – gemeu o rapaz
– Estou carcado de limoeiros.
Isto quer dizer que esta aldeia vive do
comércio de limões, e qualquer tolo sabe que onde
as pessoas consomem limão não há doenças – pensou.
Os seus sonhos de minutos atrás se dissolveram
na visão daquelas densas e viçosas árvores verdes,
carregadas de frutas amadurecidas.
Com a cabeça doendo, punhos e dentes cerrados,
a raiva fazendo-o estremecer,
chegou à casa do velho médico.
Esqueceu toda a cortesia e respeito e perguntou:
“O que significa isso?”
O velho médico, sentado à sombra de uma árvore,
olhou-o espantado e replicou:
“Exatamente do que você está falando, meu jovem?”
“Por que o senhor me chamou aqui?
O que espera que eu faça aqui?
Esta aldeia está cercada de limoeiros.
Para que estas pessoas precisam de um médico?”
O velho médico estava perplexo.
“O senhor não me entende? Não sabe que as
Escrituras dizem que as pessoas que consomem
limão nunca ficam doentes? Os shantras (sábios)
afirmam que o limão é o remédio mais perfeito
da natureza e mantém o corpo livre
de quase todas as doenças.”
Acendeu-se um brilho de compreensão nos olhos
do velho médico, enquanto ele contemplava
o jovem enraivecido.
Sorrindo o velho disse:
“Não se preocupe, não existe motivo algum
para esta sua inquietação”
“Como não? Por que não tenho motivo algum
para me preocupar?” – perguntou o jovem perplexo.
“Vivi aqui toda minha vida, longe das preocupações
e privações. O mesmo acontecerá com você.
Saiba que as pessoas desta aldeia, por absoluta
falta de informação, não comem limão,
mas somente as suas sementes!”
Dois pontos de observação “gritam alto” nesta lenda:
1- Ignorar o que é tão simples e natural é, infelizmente,
um estado comum da humanidade, que perpetua as doenças,
a ilusão e as falsas expectativas de que sofisticando
tem maior poder de curar.
A sociedade moderna valoriza em desmedida a tecnologia, esquecendo que a natureza é simples, companheira e cúmplice. Todo o tempo!
2- A melhor prática de medicina é a preventiva.
Infelizmente, sempre haverão profissionais que
valorizam a doença como meio de sobrevivência.
Estar vulnerável este tipo de postura é algo sempre
possível quando ignoramos as formas naturais de
conquista e manutenção de nossa saúde.
Portanto, a busca de informações é fundamental.
*As sementes do limão são notoriamente amargas e
de sabor desagradável. O seu uso inadequado ou
frequente irrita os tecidos dos delicados do sistema digestivo.
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